
A
Asa-Delta é uma aeronave simples e resistente. Uma estrutura rígida de tubos
de alumínio sustenta uma vela esticada por uma porção de travessas de ligas.
Toda a estrutura é reforçada por fios de aço inoxidável. As tolerâncias são
tão pequenas que os fabricantes precisam cortar a vela toda no mesmo dia para
evitar variações induzidas por mudanças na temperatura e na umidade. E os
projetos de Asa-Delta mudaram tragicamente desde os primeiros protótipos de
bambu.
Essa
forma incomum de vôo sem motor remonta à obra de um pioneiro alemão, Otto
Lilienthal, na década de 1890. Ele registrou cuidadosamente os resultados
de mais de 2 mil vôos experimentais de Asas-Delta carregando homens, muitas
delas feitas de um monte artificial de 150 metros especialmente construído
para este fim nas proximidades de Berlim.
Mas
o moderno vôo em Asa-Delta deve tudo a um pioneiro que ainda vive: Francis
Rogallo. Ele trabalhou no projeto espacial norte-americano nos anos 50 para
projetar um Pára-Quedas dirigível para a reentrada de cápsulas espaciais na
atmosfera. Seu trabalho nunca foi usado para pretendido, mas foi adaptado
por praticantes de Esqui-Aquático na criação de um papagaio simples para vôos
rebocados no Esqui-Aquático. Foi um pequeno passo disto a tentativa de fazer
vôos lançados de terra nesses frágeis artefatos, nas Dunas de Areia, suaves
da Costa Californiana.

No
começo dos anos 60, renascia a prática de Vôos de Asa-Delta.
Desde então, os kits feitos em casa foram substituídos por modelos em série
produzidos por cerca de 20 fabricantes. Os Vôos costumavam durar um ou dois
minutos. Os pilotos de hoje ficam voando durante horas, percorrendo distâncias
enormes. O Recorde de distância Mundial pertence atualmente a um norte-americano,
Larry Tudor, com 488 quilômetros. Ele levou quase nove horas para viajar de
Hobbs, no Novo México, a Elkmart, no Kansas.

Uma
vez no ar, o vôo exige mais sutileza do que força (uma das razões pelas quais
as mulheres freqüentemente pilotam melhor do que os homens). O piloto fica
suspenso numa armação parecida com um casulo e controla direção e velocidade
através de leves mudanças no peso do corpo. O lançamento da máquina precisa
de uma corrida de apenas alguns passos descendo numa ladeira de frente para
o vento principal, o pouso é mais difícil. O piloto precisa do mesmo tipo
de precisão dos grandes pássaros, quando pousam em terreno plano.
Os
acessórios necessários incluem capacete, luvas, um pára-quedas de emergência
e uma diversidade de instrumentos, inclusive o variômetro. Essa caixa de aparelhos
eletrônicos detecta pequenas mudanças na pressão do ar, e repassa esta informação
na forma de um som audível e de mostradores visuais. As mudanças ocorrem quando
o piloto sobe (pressão mais baixa) ou desce (pressão mais alta). A mobilidade
está em demorar-se no ar ascendente e evitar o inevitável mergulho.
Todos
os projetos novos de Asa-Delta passam por testes rigorosos antes de receber
seu certificado. Não há padrões internacionalmente acertados, mas aceita-se
geralmente que os sistemas adaptados por Alemanha e Grã-Bretanha são especialmente
rígidos.
As
aulas e treinamentos também acompanharam o ritmo da evolução em tecnologia
e "design". Países diferentes possuem sistemas diferentes de medir a habilidade
de pilotos, mas todos visam medir preparo, habilidade e conhecimento através
de testes práticos e exames escritos.
O
vôo em Asa-Delta atrai o tipo de pessoas que gostam da sensação de liberdade
e aventura. A Associação de Vôo-Livre existente se presta principalmente para
afastar a ameaça de regulamentação externa e para estimular a competição no
mais alto nível.
Bons Vôos!
julio@hpm.com.br
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